quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Controle ou Liberdade – Qual a nossa escolha?

Perspectivas Para a Educação Física Escolar

Controle ou Liberdade – Qual a nossa escolha?



Sobre a Importância da “Aula Livre
Em 1° lugar, um momento onde se pode proporcionar ao aluno, que ele escolha qual a atividade lhe agrada mais (algo que na maioria das vezes não é possível no ambiente escolar). 

Proposto este momento, o professor tem como observar “quem é o aluno”, ou seja, que comportamento este aluno apresenta (mais um aspecto que não é possível observar em atividades “controladas” ou muito direcionadas). Quem apresenta mais liderança, criatividade, agressividade, habilidade, dentre vários outros aspectos importantes de serem observados / descobertos.

Esta observação é fundamental para que conheçamos mais o nosso aluno, possibilitando um diálogo mais amplo, além de nos facilitar na escolha das atividades em outras unidades.

“Mas as escolhas dos alunos não são sempre as mesmas?”

A princípio pode-se pensar que sim (Futsal, queimado e pular corda), por questões de condicionamentos culturais e de influência da mídia.

Mas com o passar do tempo, percebe-se que as escolhas não são tão óbvias e atividades propostas anteriormente pelo professor, começam a estar presentes nas aulas livres (Pique-bandeira, Vôlei, Basquete, Karatê, Capoeira, são apenas alguns exemplos de atividades em que isso aconteceu na minha experiência), o que também não deixa de ser um segundo condicionamento, porém, mais interessante do ponto de vista da diversidade de movimentos vivenciados.

Outro fator muito importante: considero que o objeto de estudo e trabalho da Educação Física é o Movimento Humano. 

Propor, ainda que poucas vezes no ano (ou uma semana por mês, como tenho feito), uma “aula livre”, é propor que todos estejam em movimento (incluindo aí aqueles que normalmente não se interessam pela educação física).

Não podemos ter um discurso de “Educar para a Liberdade” se em nossa prática só propormos atividades controladas pelo professor, onde o aluno permanece a maior parte do tempo ‘sentado esperando sua vez’. 

Aula Livre não é sinônimo de  “Vale Tudo”, apesar de muitas vezes – para quem está de fora – parecer uma aula desorganizada. Citando um grande amigo: “É bagunça, mas é organizada”. E eu complemento: Organizada, Observada, com atenção e intervenção do professor em todo momento, mas com certeza com uma participação muito maior do aluno.

Utilização plena do espaço administrada pelos alunos e o respeito ao espaço do outro – onde termina o seu espaço e começa o do outro, seria outro fator importante a ser visto por nós. Possibilitar que o próprio aluno tenha autonomia para decidir como vai utilizar esse espaço e ao mesmo tempo, aprender a se organizar coletivamente para isso. Um exercício interessante se temos uma perspectiva democrática de escola.

Ampliando o debate:
Mas não podemos achar que a questão da liberdade na escola se encerra apenas na discussão aula livre x aula com comando.

O simples fato de precisarmos ‘batizar’ esse momento de ‘aula livre’, pode já querer dizer alguma coisa.

Talvez esteja mais do que na hora de começarmos a pensar a escola como um local onde podemos exercitar mais a liberdade e claro, sempre atrelada à noção de responsabilidade.




4 comentários:

chico_capoeira disse...

único fator importante nesse assunto é o comprometimento, com compromisso qq coisa sempre vai dar certo, tanto para os educadores quanto educandos.

Marcel disse...

É o momento de observar. Na aula "livre" a criança se mostra. As interações ficam mais claras.

Marcel disse...

Obs: Comentário acima feito por Yemna Villaça*

Marcel disse...

Francisco, concordo com vc meu amigo. Comprometimento!